Há caridade de todos os feitios.
Há quem ajude ao faminto com a migalha de pão.
Há quem agasalhe sob o próprio teto aqueles que vagueiam sem rumo.
Há quem auxilie o leproso, balsamizando-lhe as chagas doloridas.
Há quem reparta a própria roupa com os nus.
Há quem ofereça o bom conselho, quem vele pelo agonizante, quem cerre os olhos do moribundo sem ninguém.
Todos os tipos da divina virtude são amados no Céu, mas uma forma de caridade existe, sempre sacrificial. É a caridade do amor para quem não nos entende, para quem nos fere ou perturba.
Dar nosso coração a quem nos recusa o olhar, amparar os que fogem de nossa presença, tangidos pela incompreensão e silenciar diante da calúnia, oferecendo aos que nos perseguem a essência mais pura de nossa colaboração fraternal — eis o tipo de caridade que Jesus, coroado de espinhos, consagrou na cruz da flagelação e da morte e que nos compete exemplificar, diariamente, se desejamos escalar a montanha da vida eterna.