A vida decorre de duas alternativas que se sucedem num ritmo contínuo: dar e receber.
A vida verdadeira, a única vida, é a do Espírito. A que se revela através das formas organizadas é, apenas, o reflexo daquela, tal como a luz da Lua não passa de reflexo do Sol.
O corpo humano vive graças às constantes permutas que nele se processam. Há células que se renovam em poucos dias. Deram o que tinham, morreram e ressurgiram em novos corpos hauridos na fonte da vida eterna.
O egoísmo é contraproducente em suas expressões.
Destrói e espalha, pretendendo manter e ajuntar. Quem dá a vida da forma aumenta a vida real, que é a do Espírito. Sujeitando a vida do corpo, que é a reflexa, à vida do Espírito, que é a verdadeira, fazemos crescer em nós o potencial da vida, percebendo-a e sentindo-a em grau cada vez mais elevado.
Mais espiritualmente corresponde a mais vida, mais poder, mais luz, mais aptidão.
De outra sorte, a vida consiste em aprender e ensinar.
Quem mais ensina é quem mais aprende. Quem mais se dispõe a aprender é quem melhor ensina. Por pouco que saibamos, há sempre quem saiba ainda menos, a quem podemos ensinar. Quanto mais sabemos, mais reconhecemos a nossa ignorância e mais vontade temos de aprender. Aprender e ensinar. Subir, auxiliado pelos que se acham em cima, auxiliando, por sua vez, a escalada dos que se encontram embaixo: tal é a Lei.
Dar e receber: eis o segredo da vida.