Na Seara do Mestre

CAPÍTULO 33

O problema do destino



O problema do nosso destino não se reduz a evitar pseudocastigos e obter imaginárias recompensas, neste ou noutros mundos. Semelhante conceituação é de cunho genuinamente egoísta.

Ora, aquele problema, que tão de perto nos afeta, só pode ser solucionado mediante o cultivo do sentimento oposto, que é o amor.

Para vivermos bem, precisamos ter uma certa compreensão da finalidade da vida. Essa finalidade é o amor. Os tropeços e percalços, as refregas e as lutas, a dor sob seus multiformes aspectos, como também os prazeres e triunfos mais ou menos efêmeros que logramos alcançar, são ensinamentos e experiências, são processos educativos, geralmente mal-interpretados, os quais têm por escopo conduzir-nos ao amor, portanto, à finalidade da vida.

O "porquê" da vida é o amor; e o "porquê" do amor é Deus. A vida leva ao amor e o amor conduz a Deus. Essa trajetória chama-se evolução. Evolução é renovação. A parte individual que nela tomamos denomina-se educação, ou melhor, autoeducação.

Uma vez descoberto esse objeto, o destino vai-se cumprindo, desde então conscientemente; e nós, longe de embaraçarmos o seu curso natural, como ora sói acontecer, dar-lhe-emos todo o nosso apoio a fim de que o mesmo se consuma, na eternidade do tempo e na infinidade universal.

Esclarecido assim o senso da vida, teremos desvendado o mistério do destino, encontrando, a seu turno, a desejada felicidade.