O dia vem longe ainda, Fulgura o brilho estelar… Mas nos campos da fazenda É hora de trabalhar. O dever chama aos serviços Da luta risonha e sã, Na divina voz das aves Que cantam pela manhã. A tarefa atinge a todos Nos roçados, no paiol, Tudo expressa movimento Precedendo a luz do sol. Ali, corta-se, acolá Dispõe-se de novo a leira, Aqui, combate-se os vermes Que atacam a sementeira. Ninguém para. Todos lutam. Há cantares da moenda, Contando a história do açúcar Nos caminhos da fazenda. Entretanto, se o programa É repouso, calma e sono, Em breve, a propriedade Vive em trevas do abandono. Serpentes invadem campos, Há cipó destruidor, O mato chega às janelas, Procurando o lavrador. Enquanto a enxada descansa Esquecida e enferrujada, A casa desprotegida Prossegue na derrocada. Quem não vê na experiência Tão simples, tão conhecida, A zona particular Nos quadros da própria vida? Rico ou pobre, fraco ou forte, Não te entregues à inação, Que a vida é a fazenda augusta Guardada na tua mão. |