Nos movimentos da agulha, Nas tarefas do tear, O fio é muito importante Na base de todo lar. Pouca gente lhe observa Os valores, vida em fora; Na verdade, é companheiro Nas lutas de cada hora. Humilde, tênue, singelo, Às vezes quase impalpável, Para o pobre, para o rico, É matéria indispensável. Existe em padrões diversos, No algodão, em seda, em lã, E entre as dádivas do mundo É sublime talismã. É bênção do amor de Deus, Que acompanha a criatura Nos campos do mundo inteiro, Desde o berço à sepultura. Entretanto, é alguma coisa Muito frágil, muito leve, Cuja trama delicada Nosso lápis não descreve. Por ele, milhões de seres, No espírito do trabalho, Encontram caminho e vida, Luz e paz, força e agasalho. Olha o fio pobre e simples! Que lição útil e bela!… É tesouro do caminho, Mas parece bagatela. Observando-o, recordo As glórias e fins supremos, Do tempo que é luz divina, Neste instante que vivemos. O segundo é gota humilde, O século é vasto rio… Vive em Deus cada momento Que o minuto é nosso fio. |