Cartilha da Natureza

Capítulo XV

A construção



O homem sensato e nobre,

Quando faz a moradia,

Toma alvitres à prudência,

Conselho à sabedoria.


Primeiramente examina

O local, a posição,

E edifica os alicerces

Devidos à construção.


Não se cansa de escutar

As vozes da sensatez,

Que sugerem vigilância

E induzem à solidez.


Muito antes da parede,

Da janela, do portal,

Reflete fazendo contas

E escolhe o material.


Raciocina por si mesmo,

Não perde ponderações,

E estuda todo problema

Das suas aquisições.


Não se atira a preço baixo,

De matéria condenada;

A sucata não lhe serve,

Nem madeira carunchada.


Acima de toda ideia,

Vibra a ideia de seu lar.

Seleciona a caráter

Cada coisa em seu lugar.


Impõe-se nos seus desejos,

Sereno, prudente, ativo;

O senso da qualidade

Garante-lhe o objetivo.


Esse homem previdente

Dá lições a cada qual,

Na construção do edifício

Da vida espiritual.


Escolhe teus pensamentos

No dever que te governa.

Ideias, palavras, atos,

Constroem-te a casa eterna.