Na esteira da confusão, Há perigo, o carro empina. São golpes de bois madraços Em horas de indisciplina. Avançam, rumo ao barranco, Atiram-se à revelia, São cegos à estrada enorme E surdos à voz do guia. O carreiro vigilante Atende à situação: Na canícula dourada Vibram golpes de aguilhão. À custa de esforço ingente, A poder de ferroada, A ordem volta ao serviço, A harmonia volta à estrada. Há revolta momentânea Nos bois rudes, a tremer, Mas, a bem da paz de todos, Cada qual cumpre o dever. E o carro prossegue firme, Sem desvios, sem parar, Buscando os objetivos Que, por fim, deve alcançar. Na Terra, também é assim: Nas sendas de redenção, Todo homem necessita Estímulo à própria ação. No lar, como no trabalho, Desde o berço até a morte, A criatura precisa Aguilhões de toda sorte. Muita gente fala deles Com desespero e com asco; Mas, Jesus santificou-os No caminho de Damasco. Obedece a Deus e passa, Vive sempre atento a isto: Todo aguilhão que te fere É bênção de Jesus-Cristo. |