Na extrema delicadeza Da verdura perfumosa, Destaca-se pequenino O tenro botão de rosa. Não há sinal de corola, Vê-se apenas que começa A surgir a flor divina Num cálice de promessa. E às vezes, nas alegrias De doce festividade, Espera-se pela rosa No caminho da ansiedade. Deseja-se a flor robusta Com que se adorne a beleza, Mas não há lei que perturbe Os passos da Natureza. É certo que toda rosa, Como joia de paisagem, Nunca pode prescindir Do zelo da jardinagem. Precisa tempo, entretanto, Na sombra e na claridade, Requerendo orvalho e sol, Noites, chuva, tempestade. Por crescer, pede cuidado Nos inícios da existência, Mas, morrerá com certeza A golpes de violência. Assim, também, quase sempre, A muita crença em botão Tentamos impor, à força, A nossa compreensão. Toda crença é patrimônio Que não surge improvisado; É a rosa da experiência, Em terras do aprendizado. Se tua alma vive em festa, Na fé que pratica o bem, Ajuda, coopera e passa… Não busques torcer ninguém. |