Essa lenha pobre e seca, Que se entrega com bondade, É sugestão do caminho E exemplifica a humildade. Já pensaste em seu passado? Um lenho seco… que era? Talvez o galho mais lindo Dos dias da primavera. Quem sabe? talvez um tronco, Terno abrigo nos caminhos, Um palácio nobre e verde De flores e passarinhos. No entanto, em missão de auxílio, Com santa resignação, Não se nega a cooperar Nas máquinas a carvão. Em noite chuvosa e fria, Ela é a doce companheira Que aquece as recordações, Crepitando na lareira. Ao seu calor, os mais velhos Acham prazer na lembrança; Os mais moços a alegria De comentar a esperança. Morrendo animosamente, Em chamas de luz e graça, Ela sabe que é de Deus, Por isso trabalha e passa. Se viveu rindo e cantando, Entre seivas e prazeres, Com os mesmos encantamentos, Cumpre os últimos deveres. Ah! quão poucos na jornada Convertem reminiscências Em calor, vida e perfume De novas experiências!… Mas chega o dia em que o homem, Sem combater, sem negar-se, Precisa, como essa lenha, Da coragem de apagar-se. |