Cada dia, a residência Que a higiene ensine e ajude, Lança fora todo o lixo Na defesa da saúde. Grandes cestos, grandes latas, Guardando detrito escuro, Enchem grandes carroçadas Que seguem para o monturo. Contemplando o movimento, Lembremos que a sujidade, Muita vez foi qualquer coisa Em plano de utilidade. Roupa usada, vestes rotas, Velhas peças carunchosas, Em outros tempos já foram Queridas e preciosas. Ornatos apodrecidos, Tristes lâmpadas sem lume, Conheceram muitas vezes Festa e luz, vida e perfume. Resumem, contudo, agora, O lixo que não convém, Escuro e pernicioso, Contrário à saúde e ao bem. Para ele, em todo o mundo, A casa nobre e educada Reserva, cada manhã, A bênção da vassourada. Se não tem função de esterco, Junto à terra menos rica, Vai ao fogo generoso, Que renova e purifica. Na esfera de ensinamento Da verdade sempre igual, O lixo personifica A estranha expressão do mal. Escuta! se o bem de ontem Hoje é mal e sofrimento, Não deixes de procurar Os cestos do esquecimento. |