Enquanto a cerca trabalha, Organizando a divisa, A porteira se encarrega Da tolerância precisa O caminho generoso, Defendido em cada lado, Não pode ser confundido, Nem deve ser perturbado. Quem organiza, porém, O esforço de vigilância, Pode, às vezes, ser levado A gestos de intolerância. A rigidez na fronteira, Tendendo para o egoísmo, Encontra a porteira sábia Que opera contra o extremismo. Nas praças, como nos campos, Ela ensina, com carinho, Que a propósitos sagrados Não se nega o bom caminho. A cerca defende a ordem Dominando o que é contrário, Mas a porteira bondosa Atende ao que é necessário. Há pessoa aflita e triste Que precise providência? Ei-la pronta a qualquer hora, E atende com diligência. Animais ao abandono? Necessidades de alguém? Expõe com simplicidade A sua missão no bem. E com calma superior, Humilde e silenciosa, Completa o serviço amigo Da cerca criteriosa. Vivem no mundo almas nobres, Torturadas de aflição, Porque lhes faltam porteiras Nos campos do coração. |