Quando passes meditando No cimo da ribanceira, Repara na majestade Que esplende na cachoeira. É bom pensar na grandeza Que a sua potência encerra; Na entrosagem de elementos Das forças de toda a Terra. No lugar mais solitário, É cântico de alegria, Derramando em derredor A abundância de energia. Para dar-se em benefícios, A sua maior ciência Não quer admiração, Pede esforço e inteligência. Mesmo longe das cidades, Depois de compreendida, A cachoeira renova A expressão dos bens da vida. Retamente aproveitada, É fonte de evolução, Movendo milhões de braços Nas lutas do ganha-pão. É mãe generosa e augusta Das fábricas de trabalho, Que distribui, no caminho, A luz, o pão, o agasalho. E aprendemos na lição, Quando a vemos, face a face, Que a água buscou um abismo Por onde se despenhasse. Nesse símbolo profundo, De grandeza e dinamismo, Vemos nós o amor de Deus E a extensão do nosso abismo. Nós somos o sorvedouro De misérias e discórdia; Deus é a eterna cachoeira De luz e misericórdia. |