Mar revolto. Sombra densa, Ao longo da vastidão. Vibra a angústia em cada rosto Na frágil embarcação. O vento sopra de rijo Espalhando a tempestade, As ondas são monstros verdes No dorso da imensidade. Dolorosas inquietudes, Amarguras, nervosismos… Céu e mar desesperados É o choque de dois abismos. Não mais bússola, nem velas, Tudo horror, trovões e vento, Só resta, entre vagalhões, O esforço do salvamento. Ninguém define a distância E o mais lúcido, o mais forte, Mergulha-se em pensamento Nos caminhos para a morte.. É quando a costa aparece, Trazendo nova esperança. É a mensagem carinhosa Dos planos de segurança. Que alívio dos viajores, Cansados de sofrimento… Eis que a praia simboliza A luz dum renascimento. Ao seu lado, volta a calma, Extinguem-se a sombra e a dor, Renova-se a confiança Na Esfera superior. Esse quadro nos recorda O mundo desesperado, Que parece, muitas vezes, Grande mar encapelado. Mas todo cristão sincero É uma praia apetecida, Onde há paz e segurança, Caminho, verdade e vida. |