Em casa, a lâmpada acesa, Singela e despercebida, Constitui lição patente Das mais nobres que há na vida. Contra a noite escura e espessa, Que se espalha e reproduz, Envolve-se de energia, Resplandece e traz a luz. Seu trabalho é grande e simples, Difundindo o sol do bem. Não discute, não pergunta, Dá sempre, não olha a quem. Ilumina o gabinete De pesquisa ou de leitura, Como aclara a agulha humilde Da máquina, de costura. Envolve com a mesma luz A velhice, a enfermidade, A infância, a alegria, a dor, E os sonhos da mocidade. Há tumultos, há prazeres? Amarguras, agonia? Se não sofre violência, Eis que a lâmpada irradia. Serena, silenciosa, Não se aflige, não consulta, Nada pede, além da força Que lhe vem da usina oculta. Revela todo detalhe, Sem contendas, sem perigo. A sua demonstração É o foco que traz consigo. Não exige condições Por servir e iluminar, E define seu ruído Cada coisa em seu lugar. Pensemos em nossa glória Quando formos, irmãos meus, Como lâmpadas do Cristo Na usina do amor de Deus. |