Nas bênçãos de paz da noite, Talvez a maior beleza Seja o luar que se espalha Na vida da Natureza. O campo dorme em silêncio, E o luar na estrada em flor Distribui com toda a planta O orvalho confortador. Do céu alto manda as brisas Alegres e perfumadas Beijar as folhas mais pobres, Tristonhas e abandonadas. Por todo o lugar desdobra Sua luz aberta em palmas, Afagando as esperanças Do divino amor das almas. Em toda parte onde exista O anseio de um coração, Ensina o carinho amigo Do alfabeto da afeição. Desde os tempos mais remotos, O luar, pelas estradas, Foi tido como o padrinho Das almas enamoradas. Ao nosso ver, todavia, Nas grandes lições do mundo, Sua imagem representa Simbolismo mais profundo. Sua luz mantém na noite A mais nobre das disputas, Não cedendo à treva espessa As posses absolutas. Entre os homens deste mundo, O mal, o crime e o ateísmo Tudo ensombram provocando A noite de um grande abismo. Mas a esperança resiste E acende na noite imensa A luz clara e generosa Do eterno luar da crença. |