Tristeza, luto e silêncio, Desolação e amargor. O quadro de um cemitério Inspira saudade e dor. Aqui, lápides custosas, Ali, raros mausoléus, Anjos de pedra apontando A cúpula azul dos céus. Além, sepulturas pobres, Sem o mármore das lousas, Que se confundem sem palmas No seio comum das coisas. Em uns, a ambição pomposa Que se estende à própria morte; Em outros, o esquecimento, Contrastes das mãos da sorte. Mas em todos os recantos, A realidade e a lição Do túmulo: o estojo triste De sombras e podridão. E o cemitério descansa Em triste serenidade, Assinalando em silêncio O fim de toda a vaidade. No entanto, entre as cruzes mortas, Sobre corpos verminados, A primavera traz lírios Risonhos e perfumados. Cantam rosas de alegria Sobre as dores da tristeza; O cipreste enfeita os dias E as noites da Natureza. Já observaste? No mundo, Nos trilhos mais viciados, Temos sido muitas vezes Como “túmulos caiados”. Mas Jesus que é o Jardineiro Da paz, do amor, da bonança, Faz florir em nossas trevas Seus caminhos de esperança. |