No trato com as chagas da ignorância, na esfera da Humanidade, quais sejam a incompreensão e o crime, a crueldade e a rebeldia, anotemos a conduta da Misericórdia Divina no quadro das doenças terrestres.
Porque alguém acuse os reflexos tóxicos dessa ou daquela enfermidade, não sofre condenação a permanente desajuste. Recebe a atenção da ciência, que lhe examina as possibilidades de cura ou melhoria.
Porque o médico deve tocar detritos com tumores, não lhe impele a saúde, à perturbação e ao relaxamento. Calça-lhe luvas protetoras.
Porque processos infecciosos alterem a constituição celular nessa ou naquela parte da província corpórea, não sentencia a zona atacada à simples extirpação. Oferta-lhe recursos adequados para que elimine a infestação virulenta.
Se grandes lesões comparecem na estrutura do carro físico, ameaçando-lhe a segurança, traça o plano necessário à intervenção cirúrgica, mas não deixa o doente a insular-se no desespero, estendendo-lhe à dor o amparo da anestesia.
Se moléstias epidêmicas surgem, insidiosas, distribui a vacinação que susta o contágio.
Vemos, assim, que a Lei de Deus não se conforma com o mal, contudo, opõe-lhe, a cada instante, o socorro do bem, anulando-lhe a força.
Dessa forma, se os agentes da lama se te infiltram no passo, exibindo aos teus olhos perigosas ações de discórdia e infortúnio naqueles que mais amas, não podes realmente acomodar-te aos golpes com que [te] impelem, rudes, à imersão na maldade, mas podes esparzir a água viva do amor, ajudando em silêncio as vítimas da treva que tombam sem saber que se arrastam no lodo.
Usa, pois, cada hora, a compaixão sem termos e o perdão sem limites, porque o próprio Jesus, perante os nossos males, exclamou complacente: — “Em verdade, eu não vim para curar os sãos”. (Lc
(Mensagem psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião pública da noite de 22 de dezembro de 1958, no “Centro Espírita Humildade, Amor e Luz”, na cidade de Monte Carmelo — Minas Gerais).
Essa mensagem, diferindo nas palavras marcadas e [entre colchetes] foi publicada em maio de 1960 pela FEB no Reformador e é também a 7ª lição do 2º volume do livro “”. Ela foi publicada em 1986 pela CEU e é a 18ª do livro “” e só posteriormente em 2002, com 40 anos de atraso, veio a lume no presente livro, editado pela UEM.