Estou aqui, na condição de servidora dos mensageiros do Senhor, Que nos pedem para amanhã honrar com todo amor O dia consagrado aos nossos pais. E eles são tantos, Nos desejos mais santos… Temos o pai humilde Que se levanta quase acordado, Muito cedo, E que sai de sacola às mãos Para ir ao mercado Buscar sustentação para a família. Chega com apenas alguns reais Quando precisaria muito mais. Não compra bifes nem galinhas, Porque o dinheiro não dá. Compra apenas verduras, Abóboras, berinjelas, leite e pão Para as crianças, E regressa à casa, às vezes desapontado Já que o armazém não vende mais fiado, Mas se regozija na pobreza, Agradecendo ao Pai a luz do Sol… Vemos o pai Que cai de grande altura Nas elevadas prateleiras De inúmeras construções, de grandes edifícios, E morre com pesados sacrifícios Na poeira do chão, Guardando imensa dor no coração… Vemos o pai cansado Que se atormenta quando a esposa doente grita, grita, E ele vai procurar consolo em outra parte. Não nos espantemos Pois há muito tempo foi assim, Há quem seja conhecido por Joaquim, Antônio, Pedro Malazarte, Mas o casal está sob leis mal-conhecidas Que os reúna de novo na Terra, Em outras vidas, Para acertarem, e não se façam infelizes, E assim, vemos falar Vermos a felicidade provisória Que a receberam do Céu sem moratória… Vemos o pai que, às súplicas, pede esmola, Para pagar a escola, Quando não é obrigado a transpor duras dificuldades Para que as filhas de seus filhos Sigam na benção de outros trilhos. E quando os filhos atingem formaturas, Sob aplausos e palmas dos professores, ei-lo que se esconde na platéia, Orgulhoso de um filho aparecer… Temos os pais nos cemitérios, Às vezes há muitos anos esquecidos, Mas que são lembrados Nos Dias de Finados Com preces apressadas; Que, em muitas ocasiões, Tiveram os corações em lágrimas de saudade, Nas lembranças do lar em que um dia, O Senhor os carregou da cruz, Da saudade e sofrimento, Conduzindo-os para os Planos da luz. Vemos pais doentes em hospitais Que sofreram acidentes E ficaram doentes e doentes, Até que o Senhor curando-os, descansaram… Vemos o pai abastado Que sofre e sofre, Ajuntando o dinheiro Seja nos bancos ou no cofre, Afim de deixarem grande herança, Que os herdeiros dividem em brigas, Sempre renovadas, sempre antigas, Para fazerem a cobrança Em partes essenciais. Enfim, realmente Todos os dias são iguais, Amanhã é o dia de mais anos aos nossos pais. Aqui terminarei, Esta nota necessária, Pois sou apenas servidora e emissária Dos Mensageiros do Senhor. No dia de amanhã Honremos nossos pais. Meu nome? Quem sou eu? Apenas vossa servidora, Sou apenas Maria das Dores, Maria Dolores na Bahia, Onde eu vivia… Nesta noite, porém, em que somos mais unidos, Católicos, espíritas e os acompanhantes de Lutero, Que também são homens sinceros, Quero perder meu nome Em vossa caridade que transluz, E aqui estou eu, Todo o meu orgulho desapareceu, E peço para ser Em vossa companhia, Um coração repleto de alegria E peço ao Senhor para ser convosco, Não por Maria das Dores E sim Maria de Jesus. |
Página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, na noite de 08.08.1998, em reunião pública do Grupo Espírita da Prece em Uberaba - MG.