— Antes de formular a minha pergunta, eu quero justificá-la. Eu pertenço ao Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiofísicas, uma entidade de natureza estritamente científica. Todavia, eu, como parapsicológo reconheço na extensa obra do sr. Francisco Cândido Xavier um manancial profundo em que podem encontrar-se muitas informações de natureza científica pertencentes ao ramo-campo da parapsicologia. Em particular, eu aponto como a mais importante contribuição nesse campo, aquilo que tange à natureza do homem. Dentro da obra de Francisco Cândido Xavier, em particular a sua série “Nosso Lar”, encontra-se abundante material que servirá no futuro, e num futuro muito próximo, aos parapsicólogos do mundo todo, como meio de informação segura e bastante científica. É por isso que eu dirijo ao sr. Francisco Cândido Xavier várias perguntas de caráter científico. A primeira pergunta é a seguinte: Vários parapsicólogos como o Dr. Stevenson, da Universidade de Virgínia, nos Estados Unidos e o Professor Banarjee, da Universidade de Varanesse, na Índia, estão estudando seriamente o problema de reencarnação. Já se catalogaram mais de 2 mil casos que sugerem fortemente ser a reencarnação uma lei biológica natural. Inclusive, na Universidade de Virgínia, já estão sendo analisados em computador eletrônico mais de 1.000 casos sugestivos de reencarnação ali catalogados. Em vista disso, solicito a gentileza de um pronunciamento de Vossa Senhoria, Sr. Francisco Cândido Xavier, sobre tão importante matéria, particularmente quanto às consequências da eventual aceitação da lei da reencarnação por parte da ciência oficial, fato esse que pessoalmente eu acredito será para muito breve.
— Agradecendo as palavras do nosso entrevistador, pedimos a ele para que o tratamento a mim dirigido seja apenas o de Chico, conforme sugeriu o nosso querido amigo e caro jornalista Vicente Leporace. Emmanuel e outros amigos espirituais nossos, entre os quais André Luís, são unânimes em afirmar que semelhantes pesquisas são da mais alta importância para os destinos da humanidade. E que apenas será interessante que os nossos cientistas acrescentem ao sentido geral dessas verificações o lado moral da reencarnação, ligando o fenômeno biológico da reencarnação do Espírito no planeta terrestre àquela divina lei anunciada nos evangelhos: “a cada um segundo as suas obras”. (Sl
— Nós estamos vivendo a era dos computadores. A cibernética ilumina o mundo. Mais e mais, o homem vai sendo escravizado pela máquina. A par disso, o recolhimento do homem para as coisas do espírito me parece cada vez menor. Chico, honestamente, será que a máquina fria, calculista, violenta, vai conseguir estrangular o homem?
— A pergunta do nosso caro amigo que nos entrevista é muito válida e devemos reconhecer que hoje precisamos estudar até mesmo os nossos lazeres e que a nossa mente não tem estado tão eficientemente preparada para o descanso que a máquina nos trouxe e muitas vezes nos impõem. A automação nos faz viver, hoje, na presença do futuro. Por isso mesmo, os Espíritos amigos nos pedem para que sejamos cultores da chamada prospectiva, a ciência da prospecção.
Precisamos compreender que dentro de uma estrada nebulosa necessitamos de luz que nos mostre à frente; necessitamos de reuniões, de técnicos, de religiosos, de cientistas, de pais de família, de mães de família, para não confundir o papel essencial da mulher em nossa civilização. Precisamos ouvir as pessoas amadurecidas na experiência e os mais jovens, para compreendermos o que será de nós no dia de amanhã, se abandonarmos os nossos propósitos espirituais de vivência na construção de um mundo melhor. Precisamos compreender o cristianismo, como sendo uma Doutrina de vivência humana, para que nós não venhamos a perder o calor da fraternidade uns para com os outros, para que não sejamos transformados em simples números na vida econômica, ou em meros robôs em nossa vida social. Para isto não basta ouvir os adivinhadores da futurologia, conquanto respeitemos todos eles. Mas realizarmos por nós, dentro do País, sob a custódia das nossas autoridades, mesas-redondas, para compreendermos a importância da família com as áreas de compreensão que a família é hoje chamada a descerrar em seus núcleos para nos adaptarmos à era nova. Precisamos compreender a importância do lar como célula da vida social, para que não venhamos a despencar num caos do qual não sabemos, amanhã, como nos levantarmos. A pergunta do nosso caro amigo Sr. Durval é muito válida e sugere a nós todos um vasto movimento de meditação com respeito aos nossos próprios destinos, porque as máquinas estão impondo a nós todos um repouso para o qual muitos de nós não estamos preparados. Precisamos estudar intensivamente, compreendendo que o estudo não é apenas uma obrigação para a mente infanto-juvenil. Nós todos, aqueles que amadureceram na experiência da vida, precisamos estudar os nossos próprios caminhos de amanhã, para que não venhamos a entrar nas trevas de espírito, porque isso seria o nosso regresso à desordem, e nós não podemos pensar nisto, porque nós nos referimos ao Brasil. Nós somos cristãos em nossa formação e devemos preservar este título e respeitá-lo. Temos nos ensinamentos de Jesus bastante material para superar a influência surpreendente da máquina. Diz o nosso Emmanuel, que está presente: nós, como cristãos, vencemos 300 anos de martírio nos primeiros séculos do cristianismo. Será possível que, agora, não saibamos vencer o nosso próprio excesso de conforto, para sermos cristãos? É uma pergunta para nós também.