— Chico e apenas Chico, com uma condição, você retira o doutor da resposta anterior. A inquietação da juventude é uma constante desde muitos séculos. O homem, numa faixa que geralmente vai dos 16 aos 23 anos, é um rebelde. Depois, quase sempre, ele acaba se adaptando, se integrando na sociedade. No exato instante em que o homem se adapta, seu Espírito evoluiu ou se acomodou?
— Quando nós nos adaptamos para o bem, e o bem essencialmente é sempre o bem dos outros, porque é do bem dos outros que nasce o nosso próprio bem. Hoje, muitas vezes, queremos tratar os nossos jovens como se eles fossem nossos inimigos, e isso é um erro. Os nossos jovens são os nossos continuadores. Trazem consigo uma vida diferente da nossa. Impulsos originais que nós não podemos auscultar em toda a sua extensão. Os nossos jovens de ambos os sexos necessitam, principalmente hoje, de nossa compreensão. Naturalmente, que não podemos empurrá-los para a libertinagem, mas não devemos frenar neles o impulso à, libertação, para que eles se realizem, para que eles se desvinculem da nossa vida pessoal. Todos nós, na condição de criaturas amadurecidas na experiência física podemos, igualmente, e temos independência deles e não devemos escravizá-los aos nossos pontos de vista. Falamos numa experiência de mais de quatro decênios, em que temos visto centenas, talvez milhares de jovens e adultos, chorando sobre os nossos ombros em vista do amor possessivo, que tantas vezes nos retarda o progresso individual e ocasiona tantos distúrbios em nossa vida familiar e coletiva. Tantos jovens que se doparam em drogas. Tantos que se refugiaram em casas de saúde. Tantos que abandonaram os seus próprios deveres e fugiram para a indisciplina, que desertaram de estudo, muitas vezes por causa de uma influência opressiva, daqueles que foram chamados a orientá-los na vida prática. E, ao mesmo tempo, vemos tantos pais, tantas mães e tantos orientadores e tutores chorando porque não podem escravizá-los à sua própria vida. Por que é que pás não nos podemos amar uns aos outros, na condição de jovens e de adultos, cada qual vivendo dentro da sua época de experiência física? Por que nós, como adultos, não podemos resguardar a nossa independência, dando independência àqueles jovens que são a esperança da humanidade, que são nossos filhos, nossos continuadores, para que eles realizem as empresas a que foram chamados pela .reencarnação? Allan Kardec, através da , trata disso com muita propriedade, e isto há mais de cem anos. Nossos filhos são Espíritos que vieram de outras condições, diferentes das nossas. São credores do nosso maior respeito. Nós falamos em diálogo e,precisamos do diálogo. Falamos em comunicação e precisamos da comunicação, não apenas no dia dos desastres sentimentais. Conversar com os nossos jovens, conversar com os nossos pais como grandes amigos que se interligam através das suas experiências.
Mas diálogo nunca foi pancadaria verbal. A comunicação nunca foi uma censura sistemática. Não estamos, de maneira nenhuma reprovando adultos, nem censurando jovens. Estamos atentos à lição de nosso Emmanuel, que nos pede considerar que dentro da civilização do Ocidente é que nasceu a Psicanálise, com Sigmund Freud, para que nós sejamos tratados especificamente, individualmente, para nos ajustarmos ao amor que Jesus nos ensinou. Jesus nos ensinou: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei”. (Jo
— Muito bem. Eu só não fico zangado com você pelo fato de você se alongar nas suas respostas, mas de me chamar de doutor eu fico.