Chico Xavier e suas Mensagens no Anuário Espírita

Capítulo XXI

Aparte no diálogo



Quando se fala de aflição, é importante raciocinar sobre os impositivos da paz em nosso próprio relacionamento.

A paz, no entanto, nasce na mente de cada um. Semelhante afirmativa envolve outra: precisamos doar a nossa paz àqueles que nos cercam, a fim de recolhê-la dos outros. Espécie de beneficência do espírito de cuja prática nenhum de nós conseguirá escapar sem prejuízo. Para exerce-la, porém, é indispensável podar as inquietações inúteis e sofrear os impulsos negativos, com que, na Terra, nos habituamos, sem perceber, a dilapidar a tranquilidade alheia.

A obtenção do apoio recíproco a que nos referimos, pede-nos a todos, não apenas entendimento, mas até mesmo o exercício da compaixão construtiva uns pelos outros, para que a tensão desnecessária deixe de ser no mundo um dos mais perigosos ingredientes da enfermidade e da morte.


Há quem diga que o avanço tecnológico, em muitos casos, destrói a tranquilidade das criaturas, entretanto, a máquina funciona segundo as disposições do maquinista.

Que dizer do nervosismo, da intolerância, da paixão pela velocidade temerária, da desatenção, da imaturidade guindada ao campo diretivo, do desculpismo, dos hábitos que induzem ao desequilíbrio no usufruto do progresso?

Ninguém precisa teorizar em demasia, quanto a isso. O filme do mundo em reconstrução é revelado aos nossos próprios olhos, no laboratório do dia a dia.

Se nos propomos a suprimir a tensão estéril que, a pouco e pouco, nos arroja a tantas calamidades domésticas e sociais, é imperioso nos voltemos ao cultivo da paz. E, sabendo que a Divina Providência nos fornece todos os recursos para a edificação do bem, no campo de nossas vidas, se quisermos a paz é necessário nos empenhemos a construí-la.




(Anuário Espírita 1977)