Chico Xavier e suas Mensagens no Anuário Espírita

Capítulo LVII

Forças mentais



Amigos:

Tendes observado os poderes do pensamento. Exibições vivas. Demonstrações e estudos.

Não nos iludamos quanto à necessidade do burilamento espiritual, em se tratando de realizações coletivas, para conquistarmos na Terra o domínio dessas forças.

Consideremos que por agora, no Plano Físico, somos criaturas nem sempre harmoniosamente afinadas umas com as outras.

Se milhares de inteligências se unirem na atualidade, numa faixa única de sintonia, sem o aperfeiçoamento a que nos reportamos, o que seria das comunidades terrestres se as projeções de energia mental concentrada se fixassem nos assuntos de hegemonia ou destruição?

O ensinamento de que se nos clareia o raciocínio atinge por analogia os nossos problemas de intercâmbio, entre os dois lados da vida.

Vejamos o assunto entre as criaturas na experiência física e aquelas outras que as ocorrências da morte situam no Mais Além, todas elas no mesmo gabarito sentimental.

Como reclamar segurança e ordem, paz e harmonia entre os dois Planos, se Espíritos imperfeitos, que ainda somos, viéssemos a usar o expediente a que nos referimos, a fim de provocar manifestações e pronunciamentos, em regime de urgência, unicamente atendendo a critérios pessoais?

Aqui, entra o impositivo de nos ajustarmos à força disciplinadora da religião.

Se nos propomos a manejar, com proveito, os recursos do pensamento, é preciso que a oração nos controle os impulsos para que o espírito de utilidade se nos sobreponha à vocação para o tumulto.

Sem a ideia de Deus e sem a prática do serviço desinteressado ao próximo, não nos será possível sintonizar integralmente as forças da vida com a Lei do Eterno Bem.

Pensemos com base no amor — no amor que Jesus nos ensinou — e teremos a chave que nos descerrará o caminho de elevação para a felicidade comunitária no Grande Amanhã.




(Anuário Espírita 1998)