Ante os erros de amor que aparecem na vida, Nunca ergas a voz. Recorda, coração, se a pessoa acusada Fosse qualquer de nós. Quem poderá pesar as circunstâncias De convivência, angústia e solidão!… Quanta mudança chega de improviso Por um “sim”, por um “não”!… Entre afeto que sonha e dever que governa, Quanto conflito surge e quanto anseio vem!… Quando a dor de ser só escurece o caminho Ninguém pode prever as lágrimas de alguém… Votos no esquecimento, afeições destruídas, Ocultas aflições, desencantos fatais!… Quanto chora quem sofre, ante golpe e abandono, E quem bate ou despreza, às vezes, sofre mais… Ante as faltas de amor, alma querida, Não te dês à censura sempre vã, Que o teu dia de amor incompreendido Talvez chegue amanhã. Problemas de quem ama, em luta e prova, Sejam teus, sejam meus… Quem os conhecerá, desde o princípio?… Quem os verá?… Só Deus. |
(Anuário Espírita 1972)