Chico Xavier e suas Mensagens no Anuário Espírita

Capítulo LXII

Erros de amor



Ante os erros de amor que aparecem na vida,

Nunca ergas a voz.

Recorda, coração, se a pessoa acusada

Fosse qualquer de nós.


Quem poderá pesar as circunstâncias

De convivência, angústia e solidão!…

Quanta mudança chega de improviso

Por um “sim”, por um “não”!…


Entre afeto que sonha e dever que governa,

Quanto conflito surge e quanto anseio vem!…

Quando a dor de ser só escurece o caminho

Ninguém pode prever as lágrimas de alguém…


Votos no esquecimento, afeições destruídas,

Ocultas aflições, desencantos fatais!…

Quanto chora quem sofre, ante golpe e abandono,

E quem bate ou despreza, às vezes, sofre mais…


Ante as faltas de amor, alma querida,

Não te dês à censura sempre vã,

Que o teu dia de amor incompreendido

Talvez chegue amanhã.


Problemas de quem ama, em luta e prova,

Sejam teus, sejam meus…

Quem os conhecerá, desde o princípio?…

Quem os verá?… Só Deus.




(Anuário Espírita 1972)