Chico Xavier e suas Mensagens no Anuário Espírita

Capítulo LXV

Mecanismo do auxílio



Todos somos filhos de Deus e, nessa condição, de um modo ou de outro, carecemos todos nós do Amparo Divino.

Meditando nisso, não teremos qualquer dificuldade para reconhecer o imperativo do apoio mútuo, em todos os nossos processos de vivência, já que não compreendemos em Deus justiça sem bondade e nem bondade sem justiça.

Por essa mesma razão, é fácil observar a necessidade do ajustamento entre socorro e cooperação.

A fim de que o mecanismo do auxílio funcione com segurança, entre aquele que necessita de amparo e aquele que pode ajudar relativamente, é indispensável venha a surgir e fixar-se o auxílio daqueles outros que possam ajudar mais ainda.

O doente não prescinde do tato e do entendimento de quem o assiste, a fim de que o médico disponha do campo adequado à atuação curativa.

A criança reclama a vigilância de pais ou tutores que a protejam para que o professor, junto dela, encontre o clima propício à obra da educação.

E criatura alguma, integrada nas responsabilidades próprias, se lembrará de perturbar o trabalho da recuperação física e do aprimoramento cultural, com interferências inoportunas.

Assim ocorre quanto ao socorro espiritual. Os amigos que operam em mais elevado nível de evolução estão prontos à prestação de serviço, em favor dos companheiros em estágio educativo na Terra, mas para isso aguardam o concurso dos irmãos amadurecidos na experiência que se lhes erijam em suportes às boas obras que lhes caibam realizar.

Impossível que os 1nstrutores da Paz consigam tranquilizar o ambiente humano, quando os que verificam o imperativo da paz agravam os problemas formados pela discórdia. Impraticável a ação dos Espíritos Benfeitores na restauração íntima de alguém, quando aqueles que reconhecem à imposição de semelhante reajuste descambam para a condenação.

Se anelamos a libertação do mal, saibamos colaborar na extinção do mal. Se nos propomos sanar o desequilíbrio, procuremos rearmonizar.


Amigos do mundo, sempre que buscardes o concurso daqueles amigos outros que se domiciliam na 5ida Maior, recordai que lhes sois os pontos de apoio para que a colaboração deles se efetue. Em qualquer Plano do Universo, toda vez que desejarmos realmente o bem, é forçoso nos convertamos em colunas vivas do bem.




(Anuário Espírita 1972)