Chico Xavier e suas Mensagens no Anuário Espírita

Capítulo LXXIV

Bem-aventurados os pobres de espírito



Quando Jesus reservou bem-aventuranças aos pobres de espírito, (Mt 5:3) não menosprezava a inteligência, nem categorizava o estudo e a habilidade por resíduos inúteis.

O Senhor, aliás, vinha enriquecer a Terra com Espírito e Vida.

O Divino Mestre, ante a dominação da iniquidade no mundo, honrava, acima de tudo, a humildade, a disciplina e a tolerância.

Louvando os corações sinceros e simples, exaltava Ele os que se empobrecem de ignorância,

os que arrojam para longe de si mesmos o manto enganoso da vaidade,

os que olvidam o orgulho cristalizado,

os que se afastam de caprichos tirânicos,

os que se ocultam para que os outros recebam a coroa do estímulo no imediatismo da luta material,

os que renunciam à felicidade própria, a fim de que a verdadeira alegria reine entre as criaturas,

os que se sacrificam no altar da bondade, cultivando o silêncio e o carinho, a generosidade e a elevação, nos domínios da gentileza fraterna, para que o entendimento e a harmonia dirijam as relações comuns, no santuário doméstico ou na vida social e que se apagam, a fim de que a glória de Jesus e de seus mensageiros fulgure para os homens.

Aquele, assim, que souber fazer-se pequenino, embora seja grande pelo conhecimento e pela virtude, convertendo-se em instrumento vivo da Vontade do Senhor, em todos os instantes da jornada redentora, guardando-se pobre de preguiça e egoísmo, de astúcia e maldade, será realmente o detentor das bem-aventuranças Divinas, na Terra e no Reino Celestial, desde agora.




(Anuário Espírita 1994)