Chico Xavier e suas Mensagens no Anuário Espírita

Capítulo LXXXII

Não digas



Não digas: “não sou feliz”

Ante a dor que te acrisola;

A Terra é sublime escola,

Lembrando imenso jardim;

Fita o quadro que te cerca:

Do mar às mínimas fontes

Do abismo ao topo dos montes,

Tudo é vida aos Céus sem fim.


Não fales que vês apenas

Seres fracos e infelizes,

Trevas, chagas, cicatrizes,

Tristeza, nódoa, pesar…

Recorda que não cresceste,

Sem apoio, sem afetos,

Sem os laços prediletos

Que brilham no próprio lar.


Não fales que a solidão,

Fez-se-te o mal sem remédio,

Que nada te cura o tédio

Que não sabes de onde vem;

Sai de ti mesmo e olha em torno:

Verás, por todos os lados,

Os irmãos infortunados

Rogando o amparo de alguém.


Não digas que tudo falha,

Que acima de qualquer crença,

Vale mais a indiferença

Dos que se fazem ateus;

Conta as forças que te apoiam…

Decerto perceberás

Que a luta é o preço da paz

E tudo é bênção de Deus.




(Anuário Espírita 1978)