Este título define exatamente o conteúdo deste livro de Chico Xavier. Fomos remexer no pó de vários arquivos para localizar mensagens psicografadas por ele e que jaziam quase sepultas em jornais e revistas das décadas de 1930 a 1950; em opúsculos vetustos, muito utilizados no passado para divulgação doutrinária; e em comunicações particulares ou dirigidas especificamente a trabalhadores de Casas Espíritas, já antigas nas décadas citadas.
Trata-se de um trabalho de garimpagem permanente que vimos realizando, em que utilizamos muito o acervo que reunimos ao longo dos anos, por isso não deve ser considerado um simples trabalho de compilação de mensagens, mas uma pesquisa que foi sendo realizada persistentemente, durante muito tempo, recolhendo nas gavetas de despejo de Centros Espíritas cinquentenários, ou até centenários, papéis, documentos, opúsculos “inservíveis” para as novas gerações, despreocupadas com a memória do Espiritismo.
Também serviu como fonte de pesquisa a Hemeroteca espírita, que vimos formando durante a tarefa que realizamos para a preservação de uma história do Espiritismo e que inclui preciosidades como a coleção quase completa da Revista Reformador e cerca de 60% dos jornais espíritas que circularam no século XIX, entre outras publicações.
Sendo assíduos frequentadores da casa e dos Centros em que trabalhou Chico Xavier, em Uberaba, desde a década de 1970, quando ainda prestava atendimento na Comunhão Espírita Cristã, é natural que, além da amizade formada com o médium mineiro, afeiçoássemo-nos à sua obra e, com o espírito de pesquisadores nos correndo pelas veias, tornássemo-nos estudiosos e pesquisadores dessa obra. Isso nos levou a ir colecionando ao longo dos anos centenas de reportagens, de escritos, de opúsculos, de fotografias, etc., sobre nosso ícone do Espiritismo mundial, que agora estamos trazendo à divulgação em livros da série “Chico Xavier”.
Especificamente neste Chico Xavier Inédito, estamos publicando em livro inúmeras mensagens que nunca constaram da obra bibliográfica de Chico e que foram psicografadas entre 1933 e 1954. Longe de estarem desatualizadas, elas são atemporais, porque os ensinamentos trazidos pelos Espíritos mentores são perenes e alguns portam conceitos de rara beleza e sabedoria e que não poderiam permanecer desconhecidos das gerações atuais e futuras e, como já nos referimos, sepultos no pó dos arquivos.
À excepcional obra bibliográfica de Chico Xavier, formada por quase 500 livros psicografados, cerca de trinta milhões de exemplares vendidos em vários idiomas, mais de uma centena de obras biográficas de vários autores falando de sua vida missionária e milhares de páginas escritas sobre si na imprensa, estamos acrescentando mais este volume, sem qualquer tipo de pretensão senão o de contribuir para que um pouquinho mais do rastro de Luz que ele deixou com sua passagem pela Terra também possa ser colocada acima do alqueire.
Por ser um trabalho de resgate de antigas comunicações psicográficas inéditas de Francisco Cândido Xavier, é natural que cada uma delas tenha sua história, refira-se a um determinado episódio, viagem do Chico ou acontecimento espírita de alguma importância, por isso acrescentamos comentários e desenvolvemos o assunto de muitas delas, tendo a preocupação de ilustrar os capítulos também com fotos antigas do movimento espírita, igualmente históricas e a maioria nunca publicadas e, portanto, desconhecidas da geração atual.
Por fim, gostaríamos de chamar a atenção dos pesquisadores para que atentassem aos grandes tesouros que permanecem escondidos nas páginas do Reformador, de A Centelha e outros órgãos da imprensa espírita, mas que pedem aos mais pacientes que os descubram. Tome-se, por exemplo, o capítulo “Romaria das Graças”, que descreve a primeira viagem de Chico para o Rio de Janeiro/RJ. Apesar da linguagem castiça de seu autor (não citado), imprópria para o jornalismo atual e, cremos, da época também, é de um valor histórico incalculável e nunca citado nas biografias do médium que já tivemos contato. É o caso das comunicações inéditas de Eurípedes Barsanulfo, de Bezerra de Menezes, e de outros Espíritos luminares que precisavam ser imortalizadas por meio do livro, enriquecendo a bibliografia mediúnica de Chico Xavier. []