Caro leitor:
Não temos aqui o livro de um autor único ou uma exposição de ideias pessoais.
Solicitamos vênia para dizer que este volume é um diálogo em si. Um ponto de encontro entre nós e a Doutrina Espírita.
Em muitos tópicos surpreenderemos as nossas indagações e perplexidades, ante os obstáculos e provas da experiência humana a se expressarem nas inquietações e perguntas de muitos daqueles que suscitaram a formação destas páginas.
Alguém desejará saber porque a nossa participação nos assuntos de ordem terrena.
Acaso não existirá mundo melhor que a Terra para os Espíritos desencarnados, sedentos de beleza e revelação? E será o orbe terrestre assim tão importante para que tantos amigos, além da morte, continuem gravitando em torno dele?
Responderemos afirmativamente.
Existem mundos cuja sublimidade e grandeza por enquanto nos escapam a qualquer definição, ao mesmo tempo que o campo humano, materialmente considerado, é sumamente significativo para quantos se desenfaixam dele. Isso ocorre porque o estágio do Espírito no corpo denso é demasiado curto para a aquisição dos valores de que carecemos todos, a fim de seguir adiante.
Os chamados vivos da Terra, nos eventos de hoje, serão os habitantes do Mais Além, nas ocorrências do amanhã, e a maioria dos chamados mortos do presente revestirão a roupagem carnal no futuro, retomando uns e outros o trabalho evolutivo nos dois planos da Vida, até que a sublimação lhes autorize a promoção, no rumo da Vida Superior.
Compreensível que as construções espirituais dos homens nos interessem a todos, de vez que somos interdependentes na romagem para o Mais Alto.
Do impositivo de estudos recíprocos este livro nasceu, evidenciando-nos o anseio comum na procura da verdade e a Doutrina Espírita, consubstanciando a Verdade em si mesma, aqui nos responde às inquirições de ordem geral.
Diligenciamos por isto relacionar os nossos contatos e conclusões neste livro, seja nos comentários inspirados do nosso companheiro — o Professor Herculano Pires — corporificado no Plano Físico presentemente, guardando responsabilidades na orientação e na divulgação dos princípios kardequianos, por encargo dos mais expressivos em sua atual reencarnação, seja nos trechos despretensiosos em que nos manifestamos, com relação aos temas propostos através de encontros públicos.
Ante a Era do Espírito e em plena viagem espiritual para o Mundo Novo, achamo-nos, assim, neste volume, na condição de amigos unidos em praça aberta, buscar do diálogo e entendimento.
Que o Senhor nos abençoe e ilumine, a fim de que venhamos a atingir os nossos objetivos em amparo a nós mesmos, são, hoje e sempre, os nossos votos.
Uberaba, 1.° de Junho de 1972.