Sem dúvida estimarias encontrar em todos os teus filhos criaturas ideais a corporificarem as tuas mais belas esperanças.
Entretanto, surpreendes aqueles que surgem doentes, muito em particular os enfermos da alma, a te pedirem compreensão e paciência, abnegação e consolo.
Nunca te inclines a considerá-los transviados ou delinquentes.
São amigos de existências passadas e que trouxeste ao presente pelos prodígios do amor, a fim de que se renovem. Muitos deles se faziam teus associados de luta noutras reencarnações, e em muitas outras reencarnações se perderam em espinheiros de angústia ou se internaram em túneis de sombra, direta ou indiretamente por tua causa.
Dementados nos pesadelos e nas lágrimas da culpa, fora do Plano físico, suplicavam asilo — o asilo que lhes ofereceste no lar, onde jazem hospitalizados em teu carinho.
Auxilia-os com o amparo da Ciência do mundo, porque a Ciência do mundo verte originariamente da Providência Divina em favor de todas as criaturas. Mas não olvides aplicar em auxílio deles a terapêutica do amor, esquematizada em tolerância e bondade, ternura e compreensão — a única suscetível de sanar o desequilíbrio espiritual, onde o desequilíbrio espiritual apareça.
É possível que se erijam para teu coração, por algum tempo, na Terra, em graves desafios ao devotamento, seja criando-te incompreensões transitórias ou abatendo-se na tua sensibilidade por fardos de aflição. Ainda assim, lembra-te das concessões que os Poderes da Espiritualidade Maior te fizeram, confiando em tua capacidade de abençoá-los e transformá-los para a vitória do Bem.
Os filhos são sempre professores de elevação e espiritualidade que a vida te concede, para que te clareiem os domínios da alma. No entanto, os filhos doentes são mensageiros de amor que Deus te envia, para que o amor se desentranhe de qualquer forma do egoísmo enquistante e se inflame de luz, na luz da sublimação.
Todos nós carregamos as marcas do carma. A palavra carma não pertence ao Espiritismo, mas o seu uso se generalizou entre nós. Trata-se de um termo budista, de origem sânscrita. O seu uso é bastante prático, reduzindo a apenas cinco letras expressões como estas: consequências de vida anterior ou reações de atos praticados em vidas passadas. Esse o motivo principal de sua vulgarização no meio espírita. As marcas do carma podem ser elementos valiosos de identificação, nos casos de pesquisas científicas sobre a reencarnação.
Na mensagem de Emmanuel em questão, o problema central é o carma, mas a lição fundamental é o amor. Tratando dos filhos doentes, Emmanuel adverte: “Nunca te inclines a considerá-los transviados ou delinquentes”. Isso porque, em geral, consideramos as marcas do carma como castigos divinos. O Espiritismo nos revela que não se trata disso, mas de consequências naturais do processo evolutivo do espírito.
O filho retardado ou possuidor de um defeito físico não está sendo punido por Deus, mas pela sua própria consciência. O mau ato que praticou provoca-lhe um desequilíbrio energético na estrutura psíquica, e esse desequilíbrio reflete-se no organismo físico. São acidentes da evolução, semelhantes aos acidentes do trabalho em nossas atividades terrenas.
No livro do Prof. Ian Stevenson, “20 Casos Sugestivos de Reencarnação”, podemos ver que os pesquisadores atuais confirmam plenamente essa explicação espírita. Um caso do Ceilão, por exemplo, o de Wijeratne Hami, que havia assassinado sua esposa a punhal na vida anterior e nascera com deficiências graves no braço e na mão criminosos, é eloquente prova nesse sentido. O Prof. Stevenson não é espírita. É o diretor do Departamento de Neurologia e Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de Virgínia, nos Estados Unidos.
O filho doente é sempre um companheiro de vida passada que volta ao nosso encontro pedindo auxílio e proteção. Não devemos encará-lo como criminoso, mas como um acidentado que merece socorro. Ajudando-o a se reajustar, com amor e carinho, ajudamo-nos também a nós mesmos, elevando-nos em nossa condição espiritual.
Comentarista eclesiástico de um dos jornais da Capital resolveu enfrentar o “caso” Chico Xavier. Descontente com a enorme repercussão da entrevista do médium, no Canal 4, no programa “Pinga Fogo”, dirigido por Almir Guimarães, afirmou que tudo não passa de “apelação”. Os espíritas, segundo ele, tendo perdido Arigó, agora “promovem o Chico”. E completa a sua suposição declarando que a Parapsicologia prova que o fenômeno Chico Xavier é apenas a manifestação do inconsciente do médium.
Duas falsidades numa só crônica: não foram os espíritas que convidaram Chico para o “Pinga Fogo”, e a Parapsicologia, pelo contrário, admite a comunicação mediúnica, fazendo perfeita distinção entre escrita automática e psicografia.
Os fenômenos de escrita direta e as gravações do “inaudível”, feitas aos milhares pelo Dr. Raudive na Alemanha e pelo Dr. Giuseppe Crosa na 1tália, além de outros, provam de sobejo que os Espíritos se comunicam de maneira inequívoca. E se não fosse assim, o que seria das religiões nesta era científica?