Enquanto se desfazia A neblina da manhã, A pequena Carolina Ouviu a voz da mamã. Falava Dona Cacilda Com desvelos maternais: — “Existem no sol, filhinha, Ensinos celestiais. Não vias o véu da noite Na estrada brumosa e fria? Entretanto, a grande sombra Foge, agora, em correria. Todo o campo transformou-se No milagre dum momento, Bastando que o sol brilhasse No lençol do firmamento.” E enquanto a pausa materna Se fazia demorada, A menina carinhosa Perguntou, interessada: — “Onde os ensinos, mamã? Quero ouvi-los, quero tê-los!” Respondeu a mãe bondosa, Afagando-lhe os cabelos: — “Medita apenas num deles Muito simples, mas profundo… A mentira, minha filha, É a neblina deste mundo. Mas os seus véus de ilusão Só perturbam a existência, Até que o Sol da Verdade Ressurja na Consciência.” |