Espiritismo religioso? Sim. Somente o Cristianismo restaurado pode salvar o mundo que se perde.
Respeitamos a ciência honesta, entretanto, desaprovamos o cientificismo pretensioso que intenta converter consciências livres em cobaias humanas. Admiramos a filosofia digna desse nome, todavia, desestimamos os sofismas e as dissensões infindáveis, a detrimento da obra construtiva do sentimento. Claro que o mundo permanece repleto de enigmas surpreendentes, desde o primeiro instante de aglutinação atômica no mecanismo planetário. A Terra, porém, é uma escola e ainda não chegamos, na condição de desencarnados, a ser enciclopédias individuais, nem podemos subtrair a lição aos estudantes da vida, invertendo as leis justas que regem as forças evolutivas.
Se a verdade tem o seu preço em esforço próprio daquele que a investiga, é razoável que cada aprendiz caminhe com os próprios pés, ouça com os ouvidos que lhe pertencem e veja com os olhos que possui.
Jesus não permite que os mortos se levantem dos túmulos para fomentar as discórdias regionais ou incentivar as rixas domésticas. Não concedeu o Senhor aos discípulos a luz divina do Pentecostes para que estabelecessem novas dissensões entre romanos e gregos, publicanos e fariseus, mas simplesmente para que anunciassem o Reino de Deus, conclamando as criaturas à sua justiça.
Essa, ainda, a nossa função, regressando aos ambientes de estudos evangélicos, dos caminhos que a morte nos revelou aos corações. Nossa missão é essencialmente religiosa, na restauração da fé viva e na revivência das tradições simples dos tempos apostólicos.
Compreendemos a sede e a angústia dos homens menos esclarecidos, interpelando os Planos invisíveis para satisfazer impulsos primários de suas indagações, mas temos de dosar as lições como quem sabe o objetivo a atingir.
Continuemos, pois, em nosso esforço reconstrutivo da fé, porquanto no mundo atormentado pela fome de cobiça, flagelado pela guerra e ferido por misérias de toda sorte, não seria justo agravar as desordens do pensamento, com ignorância deliberada dos imperativos da tolerância.
O campo oferece um momento próprio à semeadura e a semente possui o seu dia de germinação, como a árvore que atingirá a época adequada de frutificação.
Tenhamos paciência e prossigamos em nosso trabalho pacífico.
Não temos a presunção de pedir o atestado de óbito das escolas religiosas existentes na atualidade do mundo, nem desejamos estabelecer a luta dogmática e sectarista entre as várias correntes cristãs, tão divididas entre si.
Nosso objetivo é diferente. Desejamos tão só reavivar a crença pura, a fim de que o homem, na qualidade de herdeiro divino, possa entrar na glória espiritual da compreensão de Jesus Cristo, inaugurando novos caminhos à evolução do pensamento religioso.
Longo e penoso é o trabalho, bem o sabemos. Entretanto, não teremos estradas novas sem o sacrifício daqueles que calejam as mãos nos desbravamentos e sacrifícios.
Que Jesus, pois, nos inspire a ação e nos fortaleça.
Demonstrai vossa fé com os atos de vossa vida. O mundo está cheio de palavras, pregações e polêmicas. Muitos ensinam, poucos aprendem. Quase todos mandam. Raríssimos obedecem. Sede, portanto, os sermões vivos e silenciosos da fé nova e continuemos a cooperar pela restauração do cristianismo puro, no setor religioso que o Divino Mestre nos confiou, porque, em verdade, observando a destruição e o morticínio, as trevas e as perturbações que atormentam o mundo, somos forçados a reconhecer que sem a fé não podereis sair dessa imensa noite que vos obscurece o entendimento; sem o Evangelho de Jesus, sentido e aplicado, não haverá concórdia entre as nações e sem Deus estaremos perdidos.