21/09/1949
Meus caros filhos, que Deus abençoe a vocês, concedendo-lhes muita paz.
Rendo graças ao Senhor por haver terminado tranquilamente o novo esforço, muito particularmente destinado aos nossos núcleos familiares de estudos evangélicos. Sinto-me sinceramente satisfeito e agradeço feliz a colaboração e o apoio que vocês me proporcionaram.
Uma qualquer não consegue, senão com extremos riscos, beneficiar um , sem o amparo do . O há de ser sólido e firme para que o navio consiga desempenhar as funções que lhe cabem. Desse modo, exprimo a vocês o contentamento e a gratidão que me transbordam do espírito, rogando a Jesus converta em flores de felicidade todas as bênçãos de carinho e reconforto com que me cercam.
Há sempre júbilo sincero de nosso lado quando um novo livro se prepara à longa viagem através das mentes e corações de milhares de leitores. É sempre a mensagem condensada de nosso ideal sublime que se movimenta acordando companheiros novos para a construção do reino de união com o Cristo, que hoje desejamos concretizar na Terra. Em vista disso, compete-me expressar-lhes todo o reconhecimento que me vai no ser. Bendita seja a sementeira de luz!
Falo aqui, não por mim, mas por todos aqueles que nos ajudam de Esfera mais alta, inspirando-nos a ação no caminho extenso do progresso espiritual.
“Alvorada cristã” foi realmente para mim um novo dia, porque variados centros de atividade edificante me abriram novos ensejos de trabalho educativo e vocês não avaliam quanto bem me fazem os apelos à personalidade de Neio Lúcio nos setores da fé viva!
Lidamos com ideias na posição em que nos achamos, tanto quanto vocês lidam no mundo com a plantação indispensável à mesa farta! É preciso alimentar as inteligências despertas para horizontes mais vastos e o livro é o companheiro silencioso, o amigo sereno, o enfermeiro sábio e, sobretudo, o mestre tolerante e esclarecido que conversa com o pensamento sem alarde, imprimindo-lhe direção mais nobre, sempre que inspirado nos princípios que nos regem os destinos para o bem.
Agora, com esse novo canteiro, penso que minha lavoura no Espiritismo evangélico do Brasil crescerá de vulto, oferecendo-me novas portas de cooperação fraternal que, no fundo, é a resposta aos anelos do meu coração.
Agradeço-lhes, pois, com muita alegria!
Por mais de dez anos observei a atitude dos nossos, a fim de verificar se o Professor Joviano poderia seguir adiante, com o desejado desassombro na luta, mas, depois de dois lustros de meditação e esforço mudo, concluí que o professor mineiro não devia sobreviver, pelo menos por enquanto, nos círculos da mente infanto-juvenil de nosso pátrio lar. Mas poderia disputar essa posição de cooperador e, com a graça de Jesus, alcancei o meu objetivo!
Sentindo a felicidade de permanecer em companhia de vocês, precisava adquirir mais trabalho na Esfera em que se acham e, presentemente, não são poucas as criaturas na estação da juvenilidade que me procuram para a modesta contribuição espiritual de que posso dispor. E a minha satisfação é enorme, podendo confiar-me à abençoada luta! Que Jesus seja louvado e que vocês todos recebam o salário de sua bondade e de sua luz! “Grande é a seara e poucos os ceifeiros.” (Mt
Meu caro Rômulo, sinto bastante, contudo, a nossa jovem enferma de Pedro Leopoldo não nos parece habilitada a conservar os bens recebidos. Durante dez dias, foi mantida em seu lar a câmara fluídica de socorro para que os benefícios transmitidos por seu intermédio fossem consolidados, naturalmente, pelo trabalho comum dos interessados. Todavia, retirados os nossos apetrechos de auxílio provisório, a “falange tenebrosa” foi novamente evocada pela doente e pelos seus familiares. Acham-se, quase todos os seus componentes, na posição anterior de muitos desequilíbrios e as consequências são imprevisíveis. A corte doméstica da enferma, por outro lado, não favorece a equação do problema nos menores aspectos, e a luta foi restabelecida. Continuaremos, espiritualmente, a fazer o que couber ao nosso círculo de possibilidades estreitas. Contudo, não convém a sua volta agora ao cenário, a não ser através de requisição muito especial dos interessados. Faço a você o presente aviso, considerando a extensão do caso em nosso plano de ação. Valha-nos, porém, o conforto que, de nossa parte, tudo foi feito em favor do reajustamento geral, com ampla demonstração do quanto pode a boa vontade humana quando conduzida sob a Proteção Divina. Não se preocupe. A sua tarefa foi muito bem cumprida com o auxílio do Alto!
Noto a nossa querida Wanda agradavelmente inclinada a estudos mais intensivos do nosso campo de espiritualidade e isso para mim constitui uma feliz observação. Pode crer a minha neta que os seus dotes mediúnicos são apreciáveis e alcançarão proveitosa amplitude em momento oportuno. Convém-lhe, porém, mais acurado trato com as leituras desse “reino” para melhor adaptar-se aos imperativos da tarefa. O contato com os livros e publicações de ordem espiritualista lhe fará grande bem nas atividades preparatórias. Suponho, outrossim, que a sua frequência ao culto das terças, naturalmente com a permissão dos pais, ser-lhe-á de real utilidade. Aqueles que se propõem à realização de uma grande viagem não podem prescindir dos primeiros passos. Comece, minha neta, a lavrar o seu campo e verá milagrosas florações e colheitas ricas de luz imortal em seu caminho.
São esses os pontos essenciais de minha carta paternal nesta noite — um agradecimento, um aviso e um estímulo. E, por último, expresso-lhes a minha gratidão pelo atencioso telegrama à irmã Julia. Receberam o meu desejo com efetiva lealdade. Ficamos muito satisfeitos com a iniciativa que levaram a efeito sob nossa inspiração direta. Gratíssimos!
E desejando a vocês todos um mundo de alegria e paz, a fim de que continuem trabalhando na sementeira e na seara do bem com o Cristo, abraça-os muito afetuosamente o papai saudoso e amigo de sempre,
Nota da organizadora: primeira obra literária ditada pelo espírito Neio Lúcio, psicografada por Chico Xavier em 1948 e publicada pela FEB.
Nota da editora: Esta mensagem consta da obra (VINHA DE LUZ, 3. ed., 2008, p. 664-667).