01/06/1949
Meus caros filhos, Deus abençoe a vocês todos, conferindo-lhes muita paz e alegria aos corações.
Falam vocês com referência ao e o assunto é realmente dos mais importantes. O lar onde a Boa Nova do Cristo persiste por lâmpada acesa no convívio habitual é uma estação emissora de raios vitalizantes e renovadores, em todas as direções. Natural que os primeiros beneficiários desse tesouro sejam os componentes do grupo familiar.
Quem derrama perfume em derredor de si próprio é quem mais recebe a onda balsamisante que lhe diga respeito. Assim também os pensamentos do bem com Jesus. Depois de operarem a concretização de bênçãos inúmeras, em torno daqueles que a veiculam, prossegue, caminho afora, espalhando a sementeira de infinito e de eternidade.
Quando um santuário doméstico se consagra a esse ministério de elevação, ganha a Esfera superior uma nova sede de serviço na crosta da Terra. Enquanto a criatura se envolve nos indumentos de carne é difícil reconhecer o valor de semelhante tarefa. Entretanto, há quem acompanhe dos Círculos mais altos o progresso santificante desses núcleos de paz e de amor. Mas, segundo a mensagem que vocês registram, é muito difícil a integração de duas almas no divino serviço.
Há inúmeros casamentos de expiação, muitos de provas, outros tantos de corrigenda, muitos de fraternidade ou socorro mútuo, alguns de simpatia para tarefas em comum, e raríssimos de verdadeiro amor, onde a reciprocidade e a sintonia perfeita sejam os característicos fundamentais da ligação.
A crosta da Terra é simplesmente um departamento da vida na Terra. E nesse instituto em que nos encontramos, guardadas, embora, as leves diferenças que nos marcam a roupagem, a reencarnação funciona em matéria de casamento por elemento de associação das almas e o transe da morte física opera por recurso de desassociação. Mais de noventa e cinco por cento dos casais se encontram sob esse imperativo. Quase sempre antes da morte já se encontram os cônjuges profundamente separados espiritualmente entre si, embora sustentem por dever as obrigações aparentes que a ordem social lhes impõe. E quando não há nos lares, nas duas vigas mestras do altar sublime que são esposo e esposa, pelo menos a fraternidade que ajuda e a simpatia que tolera, é quase impraticável o estabelecimento da “igreja em casa”. Onde a expiação escurece, onde a prova tortura, onde a corrigenda fere, não é fácil a formação do “núcleo luminoso” senão em Espíritos isolados uns aos outros. Assim me reporto ao assunto para sentirmos, no reconhecimento que nos possui, o júbilo de partilhar do pão espiritual. É raro ver uma assembleia tão grande na reunião em Cristo como a que se vê em nosso lar, não obstante o número não chegar a seis pessoas. Por essa afirmativa, podem calcular quão intenso é o esforço do Plano superior para lidar com a massa. Congregam-se cem criaturas em nome do Senhor, contudo, o programa não passa da rotulagem, porque, no fundo, os companheiros permanecem reunidos em nome de seus interesses, necessidades, caprichos, aspirações e divagações, sem uma centralização pessoal nos objetivos divinos. Em razão disso, a emissora do Evangelho no lar, operando no silêncio e na perseverança, se reveste de sublime valor. Cria a vida e sustenta-a. Consola e esclarece, fortifica e ilumina.
Assertivas existem de nossa parte que não podem encontrar, de pronto, no Plano de vocês, uma verificação imediata. Vive o homem encarnado em dois lados da vida, mas retém no corpo de carne a visão e o entendimento acerca de “um só”.
As equações matemáticas estarão reservadas para o futuro, entretanto, podemos sentir, graças a Deus, muito de perto, em nossos corações, que abençoados anos de paz e trabalho, de alegria sã e de elevação espiritual temos recebido ao influxo de nossas preces e estudos, esperanças e reflexões em Jesus, quando, ao nosso lado, no campo em que marchamos e detendo, talvez, ferramentas materiais mais valiosas, admiráveis amigos de nossa estrada deslizam em precipícios de aflição e perturbação de sombra, e incerteza sem limites. Agradeçamos ao Senhor as oportunidades e continuemos trabalhando. O minuto é uma joia. A hora é uma fortuna. O dia é um tesouro. Aproveitá-los é subir para a gloriosa destinação que o eterno Pai nos reserva.
Estamos seguindo os problemas de saúde atenciosamente. Wanda, felizmente, vai melhor e creio que os dias próximos, em que mudará de ares, lhe farão grande bem à convalescença da gripe. Estaremos a postos no serviço de passes e rogamos a Jesus, o nosso divino Médico, pela saúde e fortalecimento de todos.
Peço ao Rômulo não se esquecer de conduzir os remédios em viagem. A jornada da Terra é assim mesmo. A medicação boa é aquela que ajuda e previne. E precisamos sempre do pão que alimente e do remédio que melhore e cure, enquanto não nos encaminharmos totalmente no rio do equilíbrio perfeito. Este tem seu percurso em zona bem mais elevada que a nossa e cabe-nos marchar para os cimos.
Muita paz e felicidade a todos. E com um abraço de coração, sou o papai muito amigo de sempre,