Devotado amigo espiritual costuma dizer-nos que há livros-revelações, livros-tesouros, livros-bálsamos, livros-refeições, livros-venenos, livros-bombas.
Propomo-nos definir este volume como sendo prato inofensivo — lanche mental leve e simples —, aspirando a ser útil aos viajores da Terra, seja na travessia de pequenas dificuldades ou na indagação construtiva para a escolha de rumos. Ao alinhavar-lhe as páginas, no texto das quais reunimos, despretensiosamente, algumas sugestões e lições do cotidiano, não tivemos a menor preocupação de artesanato e nem qualquer intento de impressionar pelo manejo de citas e cinzéis.
Aqui, neste punhado de crônicas humildes, encontrará o leitor amigo apenas o desejo de aprender com todos, na permuta de ideias e sentimentos que nos restaurem as energias da alma, em ágape ligeiro, sem mergulhar, de modo profundo, nas realidades da vida.
Em nos referindo a repasto breve nos valores do espírito, sem maior imersão no conhecimento superior, dir-se-á talvez que ignoramos o engano de Esaú, trocando com Jacob os direitos da primogenitura por uma tigela de lentilhas, (Gn
25: ) atitude estouvada num caçador exímio qual o neto de Abraão, perfeitamente capaz de esperar pelos quitutes de Rebeca.27 Cabe-nos declarar, formalmente, que não desconsideramos, de maneira alguma, a necessidade do estudo e da meditação, diante dos problemas do Universo, que nos compelem ao trato dos livros-luzes; nós, porém, os homens desencarnados — companheiros e devedores da multidão terrestre, atormentada pela fome de paz e esclarecimento —, não podemos olvidar que Jesus, ante o povo exausto e doente, ensinou a verdade, mas multiplicou também o pão.
(.Humberto de Campos)
Uberaba, 20 de janeiro de 1964.
Citação parcial para estudo, de acordo com o artigo 46, item III, da . |