Quer você, prezada Zina, Dar-se ao desquite comum, No entanto, você deseja Agir sem remorso algum. E afirma: “Diga, Cornélio, Diga o que posso fazer, Tenho a mente atribulada Entre a vontade e o dever. Além de esposa, sou mãe… Tenho dois filhos em casa… Mas o marido infiel É a provação que me arrasa!… Dos ensinos de outro mundo, Dê-me alguma diretriz, Acolha fraternalmente O apelo desta infeliz!… Não se sinta, minha irmã, Desditosa ou desprezada; Lembre: o Sol abraça a todos, Do monte às pedras da estrada. Na essência, prezada Zina, O caso é assim, qual se vê: Qualquer deliberação Pertence, em tudo, a você. Sociedades e grupos São destinados, ao Bem, Deus não cria mal nenhum, Nem cativeiro a ninguém. Mas Deus nos fez de tal modo Que a Lei, por todos os lados, Emancipa as decisões, E analisa os resultados. Se possível, entretanto, Estude esta simples nota: Quase sempre o esposo é um filho Que a esposa protege e adota. Muita vez antes do berço, Pedimos no Grande Além, Enlace em luta na Terra Em favor da paz de alguém. O Céu nos ouve o pedido, Tornamos à vida nova, Querendo agir por servir, Nosso amor é posto à prova. Como atender à tarefa Sem sacrifício no lar? Amor é somente amor, Nada tem a reclamar. De outras vezes, ligação Em fogo, martírio e chaga, É o resgate progressivo Do débito que se paga. Em toda prova, no entanto, O amor é uma luz sublime, No trabalho, faz-se escola, No sofrimento, redime. Querida irmã, pense nisso: Amor é abnegação, Insista no amor. Não fuja Aos laços do coração. |