Conversa Firme

Capítulo XI

Compromisso e união



Quer você, prezada Zina,

Dar-se ao desquite comum,

No entanto, você deseja

Agir sem remorso algum.


E afirma: “Diga, Cornélio,

Diga o que posso fazer,

Tenho a mente atribulada

Entre a vontade e o dever.


Além de esposa, sou mãe…

Tenho dois filhos em casa…

Mas o marido infiel

É a provação que me arrasa!…


Dos ensinos de outro mundo,

Dê-me alguma diretriz,

Acolha fraternalmente

O apelo desta infeliz!…


Não se sinta, minha irmã,

Desditosa ou desprezada;

Lembre: o Sol abraça a todos,

Do monte às pedras da estrada.


Na essência, prezada Zina,

O caso é assim, qual se vê:

Qualquer deliberação

Pertence, em tudo, a você.


Sociedades e grupos

São destinados, ao Bem,

Deus não cria mal nenhum,

Nem cativeiro a ninguém.


Mas Deus nos fez de tal modo

Que a Lei, por todos os lados,

Emancipa as decisões,

E analisa os resultados.


Se possível, entretanto,

Estude esta simples nota:

Quase sempre o esposo é um filho

Que a esposa protege e adota.


Muita vez antes do berço,

Pedimos no Grande Além,

Enlace em luta na Terra

Em favor da paz de alguém.


O Céu nos ouve o pedido,

Tornamos à vida nova,

Querendo agir por servir,

Nosso amor é posto à prova.


Como atender à tarefa

Sem sacrifício no lar?

Amor é somente amor,

Nada tem a reclamar.


De outras vezes, ligação

Em fogo, martírio e chaga,

É o resgate progressivo

Do débito que se paga.


Em toda prova, no entanto,

O amor é uma luz sublime,

No trabalho, faz-se escola,

No sofrimento, redime.


Querida irmã, pense nisso:

Amor é abnegação,

Insista no amor. Não fuja

Aos laços do coração.