Você deseja saber, Meu caro Luiz Trindade, O que se sabe no Além Em torno à mediunidade. Diz você: “Fale, Cornélio, O que há com meu bestunto, Onde estou não mais entendo Tanto espinho neste assunto. “Você talvez do outro mundo Notará como me sinto, Sou médium encarcerado Nas sombras de um labirinto. “Sei que a vida, após a morte Lembra o sol à nossa frente, Mas de médium para médium, Eis que a luz é diferente. “Sendo a verdade uma só Por que isto, meu amigo? Resolvo muitos problemas E este agora, não consigo!…” Recorde, Trindade, a usina: É um só poder gerador Mas as lâmpadas variam De grau, de formato e cor. Assim, na mediunidade, Segundo se vê do Além, Cada pessoa trabalha Conforme o campo que tem. E as diferenças existem Por esta razão comum: Progresso de qualidade Depende de cada um. Até que o mundo fabrique Um robô-médium perfeito, As falhas que registramos Seguirão do mesmo jeito. Milhares de companheiros, Voltando à Terra em serviço, Suplicam mediunidade Em ação de compromisso. Garantem apostolados, Fazem votos e promessas, Depois, ocupando o corpo, Pensam no mundo às avessas. Nem todos agem assim, Entretanto, a maioria, Vendo serviço a fazer Descamba na correria. Era médium nosso Quincas, Vivia em brasas de fé, Quando o serviço aumentou, Simplesmente deu no pé. Começou fazendo curas, Nosso amigo Lino Guerra, Doentes foram chegando O rapaz mudou de terra. Preso à tarefa crescente, O nosso Quintino Taco, Largou-se do movimento, Dizendo ser pobre e fraco. Largando a tarefa grande O nosso Antônio Escobar, Declarou-se escrupuloso, Com medo de trabalhar. Janjão começou no lápis, Médium do Sítio de Dentro, As mensagens progrediram O moço fugiu do Centro. Era médium de altos dotes Gina de Juca Lobão, Desposando um milionário Gina esqueceu a missão. Receando sacrifício, A médium Maria Bela Deixou o grupo alegando Que as mensagens eram dela. Passista de grande porte, Era Lídio de Itaúna, Ganhando antiga fazenda Trocou-se pela fortuna. Desistindo de servir, Disse a médium Conceição Que só achava no mundo Pouco caso e ingratidão. Eis o assunto como exponho, Questão claramente aberta, Mas que ninguém se aborreça, Que o tempo tudo conserta. Sigamos no dia a dia, Sem crítica e sem pesar, Em favor da melhoria, Vamos todos trabalhar. |