Não digas: “não sou feliz” Ante a dor que te acrisola; A Terra é sublime escola, Lembrando imenso jardim; Fita o quadro que te cerca: Do mar às mínimas fontes Do abismo ao topo dos montes, Tudo é vida aos Céus sem fim. Não fales que vês apenas Seres fracos e infelizes, Trevas, chagas, cicatrizes, Tristeza, nódoa, pesar… Recorda que não cresceste, Sem apoio, sem afetos, Sem os laços prediletos Que brilham no próprio lar. Não fales que a solidão, Fez-se-te o mal sem remédio, Que nada te cura o tédio Que não sabes de onde vem; Sai de ti mesmo e olha em torno: Verás, por todos os lados, Os irmãos infortunados Rogando o amparo de alguém. Não digas que tudo falha, Que acima de qualquer crença, Vale mais a indiferença Dos que se fazem ateus; Conta as forças que te apoiam… Decerto perceberás Que a luta é o preço da paz E tudo é bênção de Deus. |
(Anuário Espírita 1978)