Se a tua fé não vê ou ainda não viu A presença da lágrima ou do espinho Para vencer nos lances do caminho, Os perigos da marcha e as surpresas da treva. Se a tua fé não ouve ou ainda não ouviu, Entre as flores que leva Desde o berço da crença até agora, O insulto em que a maldade se avigora, A fim de que lhe dês, Outra vez e outra vez, O apoio da paciência e a lição da bondade… Se a tua fé não encontrou ainda Algo que a desagrade, Na tarefa bem-vinda Que te impele a servir ao amor e à verdade. Se a tua fé não teve ou ainda não tem Ofensas a perdoar e injúrias a esquecer, No sublime dever De amparar, socorrer ou levantar alguém… Se enfim, a tua fé não conheceu Angústia ou desabrigo, Se ela não sofre ou ainda não sofreu Golpes do orgulho vão, Escárnio, desafio, tentação, Para que aprendas, coração amigo, Resistência e humildade, A tua fé, portanto, Não passa, por enquanto, De um sonho que não veio à realidade!… Porque a fé verdadeira Que redime e renova a Humanidade, E vale, em tudo para a vida inteira, A fé que tanto ama e anda de rastros Quanto vibra e se eleva para os astros, Fé valente e profunda, Que inspira, exemplifica, ergue e fecunda, Será sempre obtida na batalha, Na Terra ou Mais Além, No coração que luta ou se estraçalha Para a glória do Bem. |