Correio Fraterno

Capítulo XXV

Não digas somente



Não digas somente que Jesus é o Senhor.

Aprendamos a obedecer-lhe na conjugação do verbo servir.


Não proclames apenas que o Senhor é o nosso Mestre.

Enverguemos por dentro a túnica do discípulo fiel, a fim de segui-lo com humildade.


Não te limites a pregar que o Mestre é o nosso Salvador.

Procuremos retribuir, de alguma sorte, o sacrifício com que nos redimiu, transformando a nossa vida em fraternidade e abnegação.


Não digas somente que o Evangelho é o sol do caminho.

Busquemos orientar os próprios passos à sua claridade santificante, para que não venhamos a descer novamente ao fundo precipício de nossos erros.


Não te circunscrevas a ensinar.

Façamos o melhor, ao nosso alcance.


Não te reduzas a simples veículo das águas vivas da verdade.

Sejamos o reservatório de compreensão e de amor, aptos a estender os dons do Divino Amigo onde estivermos.


Não afirmes apenas que a bondade deve reger a vida.

Sejamos bons, no círculo de experiência a que o presente nos convocou.


Não basta que a lâmpada esteja limpa e bem provida, nem basta que a reserva de combustível seja farta…

É indispensável fazer luz e seguir para a frente, ajudando aos outros no serviço a nós mesmos.


Jesus não se restringiu aos primores interpretativos da Boa Nova, nem se confinou à excelência verbalista da Lei. Estendeu a própria alma ao encontro da necessidade humana e fez brilhar a misericórdia divina.

Não nos detenhamos nas belas palavras. Façamos da vida o livro áureo do trabalho cristão.

Doemos nossos próprios recursos à exaltação do bem de todos, sob a inspiração do Mestre que procuramos.

Somente assim será possível erguer o facho vivo de nossa fé, acima do velador de nossas próprias conveniências, atendendo aos padrões do Cristo, na conquista de nossa própria felicidade.