Correio Fraterno

Capítulo XXXVIII

Ele virá



Espera, meu irmão!

Não profiras, ainda,

A palavra suprema

De revolta e de dor…

Ruge a tormenta, em fúria?

Troveja a cólera, a peçonha envenena, a maldade fulmina?

Conserva a tua bússola divina

De otimismo e de amor.


À frente dos impulsos tumultuários,

Paralisa teus pés,

Recolhe tuas mãos,

Põe a serenidade nos teus olhos,

Cerra teus lábios no silêncio

E espera no Senhor!…


Ele virá nos próximos instantes

E falará por ti se souberes calar…


E onde tua mão inquieta não houver perturbado

Fará reparações amorosas e justas.

Converterá tua serenidade

No espelho cristalino da verdade,

Em que o perseguidor ver-se-á tal qual é,

Em que a calúnia, o mal e a ingratidão

Reconhecer-se-ão

Para tornar à treva de onde vêm.


Terás alegremente a vitória do bem!


Ouve, pois, meu amigo,

Se o momento é de dor e de perigo,

De negros temporais,

Espera! espera mais!

“Não recalcitres contra os aguilhões!” (At 9:5)

O Divino Senhor dos Corações

Tudo sabe na Luz em que governa

No Grande Amor da Majestade Eterna.


Ansiedades, angústias, amargores,

Ciladas dos caminhos tentadores?

Oh! tudo passará…

Não te percas na noite de aflição,

Foge à revolta e à desesperação,

Espera, espera ainda!… Ele virá!