Correio Fraterno

Capítulo L

Nas lições do Mestre



Da aflição de encontrar

Todos os lares cerrados,

Retirou o Senhor

A Luz Divina

Da Manjedoura Gloriosa

Para a Humanidade inteira;


Das dificuldades de Nazaré

Extraiu a lição do trabalho,

Santificadora para todos os homens,

Na carpintaria singela;


Do dissabor de não ser ouvido

Por juízes e sacerdotes, filósofos e doutores,

Instruiu pescadores rudes e pobres,

Exaltando a humildade em júbilos eternos;


Da ausência de recursos materiais,

Com o desprezo dos poderosos,

Fez o templo da Natureza,

Entre árvores verdes e águas acolhedoras,

Ensinando o Evangelho da renovação do mundo;


Da angústia dos enfermos,

Dos cegos e paralíticos,

Que lhe ensopavam o caminho de lágrimas,

Compôs cânticos de bondade e fé,

Revelando a compaixão infinita;


Da ingratidão dos beneficiários,

Da deserção das companheiros,

Articulou ensinamentos de amor

Para todos os tempos;


Da perseguição e da calúnia,

Da ironia e do apodo,

Com que lhe enchiam a solidão angustiada e terrível,

Formou testemunhos da confiança completa

Na perfeita fidelidade ao Supremo Senhor;


Dos insultos e golpes,

Das vergastadas e pedradas,

Cravou hinos de vitória

Com o perdão e a piedade;


Por fim, fez da cruz,

Oprobriosa e infamante,

O caminho da ressurreição para a vida eterna,

Iluminando as gerações de todos os séculos!…


Se procuras o Cristo soberano,

O Mestre e o Salvador,

Ouve, aprendiz da redenção divina:

— Que fazes de tua dor?