Cristo nas relações humanas começará no homem com Cristo, ou a civilização genuinamente cristã não passará no mundo de fábula brilhante de nova mitologia.
Para isso é imprescindível que nos afeiçoemos, em verdade, ao Espírito dos Evangelhos, para consolidarmos na Terra o verdadeiro reinado do Espírito.
Não nos basta a mística do Templo organizado com todos os recursos para a exaltação do culto externo de nossa fé.
Nos santuários de pedra e ouro, o Mestre Divino jaz encerrado à maneira de um morto ilustre, cercado de frases fulgurantes no cenotáfio que lhe conserva os despojos.
Somos atualmente convocados, não mais à consagração do serviço religioso encarcerado no círculo da interpretação literal, mas à religião viva do exemplo, sentido e vivido com o nosso coração e com o nosso sangue, com o nosso ideal e com o nosso suor para que o hino espiritual do Evangelho, espraiando-se da nossa área individual de compreensão, se estenda a todas as criaturas, anunciando ao planeta um Novo Dia…
É por isso que o selo do sacrifício nos valoriza o caminho, é por esse motivo que a dor e a luta se transformam em clima incessante de todos os que abraçam na Boa Nova o roteiro da libertação que lhes é própria.
A descrucificação de Jesus é o nosso trabalho primordial, para que os braços do Celeste Amigo, usando os nossos, penetrem o coração da Humanidade, soerguendo-a aos níveis superiores que lhe cabe atingir.
Nossa estrada, em razão disso, se converte em respeitável indicação para aqueles que, ainda, não nos partilham o entendimento.
Nossas atitudes e nossas palavras, nossas dores superadas e nossas ansiedades vencidas constituem páginas de amor e luz que os outros leem, habilitando-se à grande e abençoada renovação.
Situemos o Senhor que buscamos, compreendendo o mundo, e servindo aos nossos semelhantes, através dos seus olhos e inspirados em seus padrões superiores, venceremos os desafios do tempo, reduzindo séculos e milênios na construção do Reino Divino que o antigo espaço da Terra aguarda de nossas mãos.