A sublimação do Espírito, na essência, obedece aos mesmos princípios que preponderam no aprimoramento da vida material.
Em todos os setores da evolução, anotamos o contrato justo entre o Criador e a Criatura na base de todas as realizações.
Na arte, sem dúvida, concede o Senhor ao missionário da beleza a inteligência e a matéria-prima, exigindo-lhe, porém, dedicação e devotamento à obra que lhe compete atender, a fim de que o mármore ceda de si os primores da estatuária ou a fim de que a melodia se ajuste ao pentagrama.
Na indústria, sentimos o amor celeste conferindo ao tarefeiro da utilidade os recursos do solo, como sejam o tronco e o fio, a argila ou o metal, reclamando-lhe, contudo, paciência e esforço próprio, a fim de que as riquezas da civilização se levantem.
Em toda parte, identificamos as concessões de Deus, convidando-nos ao trabalho, em favor de nós mesmos.
Não acredites, pois, que as ideias santificantes, expressando valioso patrimônio moral, nos enobreçam a senda simplesmente para que nos lancemos, desavisados, ao êxtase improdutivo ou à convicção inoperante.
Todos os tesouros culturais da religião, da ciência e da filosofia descem do Plano Superior ao caminho que nos é próprio, para que nos façamos melhores, uns à frente dos outros.
Conhecimentos, teorias, pensamentos e ideais de ordem superior são bênçãos do Céu que nos cabe estender na Terra, para que a materialização da bondade e do amor, do entendimento e da paz façam mais luz no roteiro dos que nos cercam.
Lembra-te, pois, de que a fé viva a inflamar-se em tua alma não é apenas uma chama de reconforto exclusivista, mas, antes de tudo, um desafio permanente da Eterna Sabedoria, a fim de que convertas a luta em vitória e a experiência diária em lâmpada redentora a clarear-te, desde agora, na divina ascensão ao sublime porvir.