Tempestade, tempestade, Por que tanto escarcéu? Quando o teu brado estremece A imagem do próprio Céu? Conduzidas por teu braço, Há nuvens tremeluzindo, Lançando granizo aos montes, Lembrando feras rugindo… Quando expeles ameaças, Sem limpa e justa razão, Quem serás?… De onde procedes?… Da ira de algum dragão? Trazes à terra a água pura, Em corrente clara e mansa. Por que não te contentas Nessa bênção de esperança? De teu seio brotam fontes, Gerando o solo fecundo. Por que não vives em paz, Nesses encargos do mundo? Mas não venho criticar Os teus impulsos valentes. Quero dizer-te que eu tenho Trinta crianças doentes. Não tiveram mães que as amem, Mas decerto que adivinhas: Quando apareces gritando, Choram de susto sozinhas!… Tempestade, tempestade, Atende aos pedidos meus. As criancinhas doentes São também filhas de Deus. |