O Espírito da Verdade

Capítulo XXVI

No retoque da palavra



O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO —


Seja onde for, não afirme: — “Detesto esse lugar!

Cada criatura vive na terra dos seus credores.


Ouvindo a frase infeliz, não grite: — “É um desaforo!

Invigilância alheia pede a nossa vigilância maior.


Atravessando a madureza, não se lamente: — “Já estou cansado.

Sintoma de exaustão, vontade enferma.


Sentindo a mocidade, não assevere : — “Preciso gozar a vida!

Romagem terrestre não é excursão turística.


À frente do amigo endividado, não ameace: — “Hoje ou nunca!

Agora alguém se compromete, amanhã seremos nós.


Ao companheiro menos categorizado, não ordene: “Faça isso!

Indelicadeza no trabalho, ditadura ridícula.


Perante o doente, não exclame: — “Pobre coitado!

Compaixão desatenta, crueldade indireta.


Ao vizinho faltoso, nunca diga: — “Dispenso-lhe a amizade.

Todos somos interdependentes.


Sob o clima da provação, não se queixe: — “Não suporto mais!

O fardo do espírito gravita na órbita das suas forças.


No cumprimento do dever, não clame : — “Estou sozinho.

Ninguém vive desamparado.


Colhido pelo desapontamento, não reclame : — “Que azar!

A Lei Divina não chancela imprevistos.


À face do ideal, não se lastime: — “Ninguém me ajuda.

No Espiritismo temos responsabilidade pessoal com o Cristo.




(Psicografia de Waldo Vieira)