25|09|1939
Glória a Deus nas alturas e paz na Terra a todos os Espíritos de boa vontade! (Lc
Filhos meus, que a misericórdia do Senhor se estenda sobre vossos corações, proporcionando-vos muita tranquilidade e muita luz!
Agradeço a Deus, meu querido Aurélio, a possibilidade de falar aqui nesta noite, não somente para reforçar as tuas energias para a luta como também para levar ao coração carinhoso de Dedé a minha palavra de consolação. Deus abençoe a ambos, junto de Alexandre e de quantos são os companheiros espirituais de vossas almas!
Tenho estado contigo, Aurélio, buscando renovar as tuas forças orgânicas, de modo a revigorar a tua saúde para os trabalhos que nos são necessários. Quanto a ti, minha filha, não entregues o coração aos pensamentos tristes. Seguindo sempre as tuas meditações, noto, às vezes, que te encontras abatida e desalentada. Minha boa Dedé, lembra-te de que se não me encontro mais na Terra estou sempre no plano espiritual para servir ao teu coração de filha amorosa e sensível. Com respeito a teu estado físico, haveremos de conseguir as tuas melhoras com o auxílio da Providência Divina. Tenho procurado inspirar o Armando nos conselhos que a experiência médica dele te vem proporcionando. . Uma intervenção cirúrgica no momento não te fará bem. Será melhor que prossigas em teu tratamento costumeiro e de minha parte buscarei auxiliar com a minha contribuição de muito amor maternal em teu beneficio.
Sobre o Alexandre, meus filhinhos, nada tenho a acrescentar senão que tenham paciência com ele, pois ao me recordar dos esforços feitos no passado, e até com a viagem à Europa para a consulta necessária, vejo que em tudo prevaleceu a vontade misericordiosa de Deus, que é soberana e justa. Que Deus abençoe a todos!
Aqui continuo a trabalhar, como me é possível, pelo bem espiritual de todos, esperando em Jesus que as mais santas bênçãos se derramem sobre os corações dos filhos queridos.
Quanto a ti, minha boa Julinha, peço a Deus que te auxilie sempre em tua missão de afeto e de assistência junto de meu filho. Sabes que Aurélio precisa sempre se inspirar em ti para a vida e para a luta da Terra. Compreendo tudo, como compreendes, minha filha, e, um dia, agradeceremos a Jesus, reunidos no Plano espiritual, por todos os esforços ou todas as possibilidades de trabalho que o Senhor nos oferece na Terra ou nos seus Planos.
Continuo com o mesmo devotamento pelos netos e tenho cooperado também para que a saúde do Mário seja forte e para que a situação do Armando se amenize. Para isso rogo, em minhas sinceras preces, a Jesus. Meus filhos, devo despedir-me por hoje e faço-o na sacrossanta paz de Deus, esperando que as Suas bênçãos floresçam em todos os corações dos entes queridos que ainda me prendem às expressões da vida material.
Alexandre e Adelaide (Dedé) eram irmãos do vovô Aurélio.
Amélia Brandão Amorim, minha bisavó materna, mãe do avô Aurélio. Era filha de Manauá Camandrin, chefe de tribo no Amazonas. Casou-se com o português Alexandre de Brito Amorim, cônsul de Portugal durante 20 anos em Manaus, responsável pela efetivação da primeira companhia de navegação entre Liverpool | Inglaterra e Manaus | Brasil. D. Pedro o agraciou com a comenda de Cavaleiro da Ordem de Jesus, sendo, em 1871, elevado a comendador da mesma Ordem.