12|09|1939
Meus irmãos,
Que Jesus vos esclareça!
Com a cooperação humilde do nosso esforço em vossas reuniões, sou também um estudante humilde. A nossa diferença é a de cursos, mas na essência somos . Os alunos são a mesma caravana de todos os tempos. O mestre é Jesus.
Estudamos há muitos séculos. Todavia, em nosso coração houve sempre volumosa pretensão e pouco mérito real. Enquanto adquirimos novos valores no Infinito, alguns companheiros buscam novas expressões de progresso espiritual que a carne lhes pode oferecer. Não sou extenso em erudição, mas me consolo com a boa vontade. Não saberei, pois, dar-vos muitas palavras. Dar-vos-ei, porém, o sentimento. E como a essência é a base de toda a conquista, eu estou confortado.
Felicito-vos pelo estudo desta noite. O perdão e a piedade são duas teses de expressão profunda para o campo de cogitações dos tempos modernos, em que o homem se viciou com a palavra. Perdoar constitui a execução da verdadeira lei de Deus. Outorgando ao Espírito as novas reencarnações, vemos nessa dispensa de misericórdia o perdão da Lei, que é o Pai. A bênção da Lei veio com o grande esquecimento. Daí se infere que para perdoar é preciso esquecer completamente o mal, a fim de que o bem não pereça. Quanto à piedade, a Lei manifesta as suas luzes concedendo-nos a dor, o trabalho e a experiência. Ter piedade é saber levantar o irmão infeliz, sem afastá-lo do dever, por mais rude que a sua obrigação nos pareça. Exemplificar o perdão é olvidar o mal. Exemplificar a piedade é cultivar o esforço próprio como meio de redenção.
Eis nossa pobre contribuição. Desejais que as nossas considerações sejam mais extensas? Certamente que não. Com a característica singela de minha palavra, eu vos trago o coração. E bem sabeis que no coração está sintetizado o próprio Infinito.
Lésio Munácio é um dos personagens do livro 50 anos depois, ditado por Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier (FEB. 1940). Envergou a personalidade do Rei Dom Dinis, esposo da Rainha Santa Isabel de Aragão, soberano de Portugal e Algarves nos séculos 13-XIV Foi também o pioneiro português João Ramalho, fundador de São Bernardo de Borba do Campo, em São Paulo. João Ramalho foi contemporâneo do Padre Manoel da Nóbrega, no século XVI. No século XIX, reencarnou em Portugal, na personalidade de Antônio Gonçalves da Silva, vindo a emigrar novamente para o Brasil, convertendo-se no pioneiro da Espiritismo, em São Paulo. Nessa nova encarnação, ficou conhecido como o benfeitor espiritual .