Doutrina e Aplicação

Capítulo II

Fundamentos do Espiritismo



PERGUNTA — Se a Ciência, a Filosofia e o Evangelho são os fundamentos da Doutrina Espírita, como interpretá-los em sua justa significação?


RESPOSTA — Em Espiritismo, a Ciência indaga, a Filosofia conclui e o Evangelho ilumina.

Com a primeira, há movimento de opiniões, com a segunda, temos a variedade dos pontos de vista na matéria interpretativa e, com o terceiro, encontramos a renovação da alma para a Eternidade.

A primeira modifica-se, dia a dia.

A segunda evolui e transforma o seu quadro de conceituação da vida.

O terceiro, porém, é imperecível roteiro de elevação.

A Ciência e a Filosofia são meios, o Evangelho é o fim.

No esforço científico e na perquirição filosófica, o homem pode gastar indefinido tempo à procura das causas profundas do destino e do ser.

No Evangelho, porém, o coração e o cérebro despertam para o caminho da própria sublimação.

Dentro dele, não há lugar para ilações provisórias. Resplandece a luz em todos os seus ângulos divinos, compelindo a criatura a humanizar-se, a angelizar-se e a santificar-se para a união com o Pai Supremo.

Em síntese concentrada, reconhecemos que, se a Ciência e a Filosofia são fundamentos indiscutíveis de nossa Doutrina Consoladora, em torno delas, o Espírito costuma vaguear longos séculos, ao redor de concepções puramente humanas, enquanto que, no Evangelho, encontra nossa alma a companhia do Amigo Celestial, com quem é possível alcançar o monte da iluminação para a Vida Infinita, sem escalas através das estações de prova desnecessária, com ruinosa perda de tempo e de energia na Obra do Senhor.