Brilham áureos tempos novos A Inteligência domina, Fala a Razão cristalina, Que estuda, aclara e deduz; A Ciência larga a Terra, Onde refulge de rastros, Para a conquista dos astros, Sob o fascínio da Luz!… No bojo do firmamento, Do chão à face da Lua, A pesquisa continua… Engenhos e lumaréus!… A Eletrônica revela Vida mais alta e mais rica E o Homem se comunica, Povo a Povo, Céus a Céus!… A cultura pede frente, Entre aplausos invulgares. No Ar, no Solo, nos Mares — Em tudo — o apelo ao Porvir!… De ponta a ponta do Globo, Em vasta ascensão na História, Clama o Cérebro — mais Glória! Grita o Mundo — Progredir!… Mas no concerto dos louros Em que a Ideia se embriaga, Brado aflitivo pervaga — O choro da multidão!… São milhões de almas cativas À ignorância na Terra, Que a noite da angústia encerra Nos vales de provação!… A mágoa segue a penúria, O crime instala a doença, Lastima-se turba imensa Encarcerada na dor!… A legião do protesto Volve à barbárie sombria, Supondo na rebeldia O facho libertador!… A guerra distende as garras, Surgem conflitos de sobra, A descrença se desdobra Em chaga descomunal… E a força do Raciocínio Do píncaro a que se eleva Não barra a invasão da treva, Nem doma a fúria do mal… Do Alto, porém, dimana Visão diversa das cousas, Os mortos rebentam lousas, Irrompem vozes do Além!… São Mensageiros do Eterno, Anjos do Céu sem escolta, Trazendo Jesus de volta Para a vitória do Bem!… Companheiros do Evangelho, Que o vosso Amor vibre,puro, Edificando o Futuro Nas leis Excelsas do Pai!… Eis que o Cristo nos conclama, Sob o fulgor do Cruzeiro, Repetindo ao mundo inteiro: — “Espíritas, educai!…” |